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Eu te amo com espanto E solidão. Com as lâmpadas oblíquas Do céu fechado Da roupa esgarçada Do incrédulo que reza E não sabe. Amo como um troglodita E não te digo O amor curvo Feito criança com medo. Mas esse meu amor É mais bonito que a água É simples como um tropeço É maior que o tempo Esse adivinho espantado Ensimesmado. Eu te amo como quem Já não acreditava. Juro.
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In: GIL, Daniel. O amor curvo. Rio de Janeiro: Oito e Meio, 2018.