dos diálogos com Paul McCartney,
John Lennon,
Carlos Drummond de Andrade
e Belchior
Â
para Ivanilde, minha mãe
I
o ar é rarefeito
……………….escasso
debaixo dos destroços
.
pesam sobre as costas
da história
.
…………………………….as  nossas
.
II
já faz tempo
…..o tempo dos cabelos e bandeiras ao vento
.
III
chegamos perto da fronteira da derrota
e da loucura
de um caminho de frio e sombras
.
IV
o corpo suporta as balas do suicÃdio
o esperma esporrado a contra gosto
a água benta de reuso
.
orelhas cabeças gritos olhos e braços
decepados em praça pública
.
as curvas pecaminosas do corpo
…………………………………………………………………………………….alvejado
……………………………………….do travesti
.
em tempos de homens partidos
.
V
não é recomendável ficar sobre o muro
mas já não há muro
.
haverá vida após os escombros?
.
VI
no submundo
um submarino vermelho
submerso e sorrateiro
naufraga
sob os destroços do muro
………………………………e os ossos dos bolcheviques
.
VII
(bolsas e boutiques
não fazem bater mais forte
……………este coração)
.
VIII
há um muro no meio do caminho
no meio do caminho há um muro
de condomÃnio fechado
.
um muro no meio do rumo
dos meus olhos
.
detrás do muro no meio do caminho do rumo dos meus olhos
há um outro mundo
.
IX
quando a manhã desmadruguece
eu, pássaro negro
rastejo para fora dos escombros
recolho um resto de canto e asas quebradas
e tento enxergar
.
a esperança é uma tarefa difÃcil
conjugada na primeira pessoa do plural
.
X
é preciso lutar quando o mais fácil é ceder
.
mas agora eu só quero ir pra casa
 .
.
São Paulo, setembro de 2011/fevereiro de 2014
Com certeza um de melhores de seus poemas. Parabéns amor.
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meu amigo…..vou compartilhar esse porque está perfeito!Saudades e beijos marly rosinha ________________________________
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