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I
Se descortinava
o artifício do tempo
com seus oráculos de bonança.
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O nascimento dum ano fortuito
trajando branco alvíssimo
com seus colares de esperanças
tingindo os céus de luz.
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Planos projetos desafios
novos amores
velhos romances
aquela impávida sensação do novo
(sem lastro).
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II
Tomarão o cenário
…….vampiros
…..ranfastídeos
…pseudocanhotos
..destros convictos
.com signos e sigmas
tratores motosserras
..medidas barragens
….(de contenção)
……..prontos
a tomar as rédeas
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— episódio de um antigo drama.
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III
Tinham, pois, direito a um gole
um trago
e qualquer oração
para aliviar o tédio e o susto
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O ano passara tão rápido!
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IV
Todo aquele espetáculo
com seu sedutor fascínio
disfarçava um cansaço de existência
acostumada ao descortinar do tempo
com seus artifícios e fogos
brindes ondas poesia
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Brilhos que o despertar pela manhã
(caminho real pelo qual se segue)
já não possuía
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Há anos.
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.São Paulo, 8 de dezembro de 2009
publicado originalmente na edição 139, da revista Mundo & Missão
Um Feliz Ano Novo à meu amigo poeta, jornalista e biólogo =)
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