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Deixe estar, minhas pobres mãos.
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Deixai-lhes cuspir no papel
o que se passa em segredo comigo.
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As palavras devem sair
da minha corrente sanguínea
de alguma forma
de qualquer forma
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Ou me matarão.
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A caneta é uma faca
que corta profundamente a minha pele.
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Meu veneno escorre livre
e mancha lentamente minha pele
de papel
e me deixa viver.
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os ponteiros rodam despercebidos
e deixam suas marcas
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numa manhã nasci
numa tarde fui adolescente.
e de repente
– nesta noite sem lua –
sou um quarto de século de história
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Se a poesia falha
Se as palavras são imprecisas
Se é muito longa a distância entre elas
Se as pernas estão fracas demais para alcançá-las
Se o coração estiver morto para o amor
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O que resta?
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Os três pequenos poemas acima são traduções de textos de minha amiga Nanda Fogli, brasileira que está estudando na Nova Zelândia. Acabamos por nos conhecer através dos poemas e da internet.
Desde lá, temos conversado, trocado opiniões e produzido cada um seus textos, a partir de seus repertórios de vida.
Particularmente tenho ficado contente com os resultados dos textos dela e enxerguei nestes três, vistos em conjunto, um todo poético interessante: pequenos poemas individuais que, em bloco, funcionam muitíssimo bem.
Para aqueles/as que se interessaram pelos textos desta minha amiga, visitem seu blog Cenicitas.
Eei, Jota!
Que bacana!!! Eu adoro suas traducoes dos meus textos, ja disse e repito! :)
Obrigada por divulgar meu blog!!
Beijao!
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