A flor no quintal

dos diálogos com Alejandro Reyes
Belchior
Carlos Drummond

e Charles Trocate

Tinha uma flor
largada no quintal do mundo.

.

Não tinha nome força ou luz
para contrastar o tédio
ou despontar em ato primavera.

.

Sem permissão alguma
o sol na madrugada ardeu
e consumiu a flor
gemendo labaredas e abismo.

.

Quando a aurora brotou
restou ao dia chover em celebração.

9 comments

  1. E que venham mais sóis na madrugada; afinal a flor não se realiza enquanto tal se não for consumida desta forma “invasiva” e “sem permissão” nos quintais da vida.

    Gostar

  2. … Aí num poema, bem no meio da linha do tempo, vem alguém e te conta da flor, e então torna-se a flor, a flor sem nome, a flor sem força, a flor sem luz. Que pelo menos pra esse alguém, fez toda a primavera. Agora sim, Obrigado.

    Gostar

  3. Todos os dias, absolutamente todos, flores desabrocham escondidas no quintal, sao engolidas pela madrugada e todo mistério da vida é celebrado no fim do dia, esperando novamente o dia, a flor e o sol voltarem.
    Todos os dias isso acontece e pessoas chegam e vão sem perceber, sem ver, sem viver.
    Aí num poema, bem no meio da linha do tempo, vem alguém e te conta da flor. Obrigado.

    Gostar

  4. concordo com “lindo” e com “profundo demais”.
    Não escondo que, dentro de mim, acrescentei um verso:
    “aquela chuva fez a flor desabrochar, perfumar embelezar o dia”

    Gostar

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s